Brasil

Paranaenses relatam aprendizados em viagens pelo mundo e aventuras pela própria cidade

A decisão de deixar o conforto de casa para se abrir a novas experiências e aprendizados que o mundo pode oferecer mudou a vida de dois paranaenses: Eduardo Fenianos e André Baldo.

Os dois desbravadores contam o que viveram nas viagens, no episódio desta sexta-feira (20) do PodParaná.

Para o jornalista Fenianos, de Curitiba e apaixonado pelas ciências humanas, a vontade de conhecer mais sobre a realidade da própria cidade o levou a planejar uma expedição de 100 dias pelas ruas curitibanas, sem voltar para casa, conhecendo as histórias e realidades dos moradores.

No caso de André Baldo, nascido em Araucária, na Região Metropolitana da capital, a aventura começou quando ele vendeu a empresa, o carro, tudo o que tinha, terminou um relacionamento longo, e decidiu viajar pelo mundo em busca de autoconhecimento e novas experiências.

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André e Eduardo compartilham o gosto por ouvir novas histórias e vivenciar a realidade das pessoas que encontram em cada local que visitam.

Urbenauta
Durante 100 dias da primeira expedição, o Urbenauta dividiu a viagem em duas partes: uma trajetória pelas águas, em que navegou os cinco grandes rios de Curitiba , com apoio de botes do Corpo de Bombeiros, e outra viagem por terra.

O objetivo da segunda etapa foi andar por todas as ruas da cidade, sem voltar para casa. A ideia de conhecer a fundo o município onde nasceu surgiu quando o jornalista fazia uma pesquisa com moradores, sobre o assunto, para a montagem de um livro da editora que tinha.

“Eu conheci um senhor que, a cada pergunta que eu fazia, ele respondia, mas também me perguntava: ‘Você sabia que eu conheço o mundo inteiro? Europa, Ásia, África”. Depois de uma hora eu perguntei ‘o senhor conhece mesmo o mundo inteiro? Pois então, como é o nome da rua que passa aqui atrás da sua casa?’ E ele ficou mais quieto e respondeu ‘Não sei’. Eu decidi que estava ali a minha viagem”, lembra Fenianos.
Já durante a viagem como Urbenauta, após precisar gastar grande parte do dinheiro reservado, ele decidiu que a partir dali, dormiria cada dia em uma casa diferente.

“Estava em um bairro, era como se esse bairro fosse um mundo. Não poderia sair dali. Se eu não conseguisse um lugar para dormir ali, tinha que dormir na rua. Esse acabou se tornando meu padrão de viagens. A regra sempre foi dormir a cada dia na casa de uma pessoa ou uma família diferente”, disse.

A aventura pelos rios e pelas ruas da capital paranaense se tornou um livro e ficou nacionalmente conhecida e, depois, motivou também expedições parecidas, por outras capitais.

Os destinos incluíram São Paulo, onde Fenianos percorreu bairros e escreveu sobre a vivência das ruas da capital paulista.

André ‘sem fronteiras’
Antes empresário, André se tornou psicanalista, escritor e filósofo após a vivência por diversos lugares do planeta. Atualmente, ele orienta outras pessoas, ministra palestras e compartilha o que aprendeu.

Ele recorda o momento em que decidiu deixar o que tinha na cidade onde morava como um rompimento também em relação à expectativa das outras pessoas em relação ao destino dele.

“Era um momento da minha vida em que eu tinha conquistado a maioria dos sonhos que a sociedade nos impõe. As coisas iam bem, mas eu vivia uma profunda insatisfação de espírito mesmo. Até que eu fui tomado por um profundo sentimento de entrega de que eu deveria deixar tudo para trás e me entregar ao mundo em busca de autoconhecimento”, lembra.
André passou por 14 países, conheceu diferentes continentes, e escreveu um livro com tudo o que viveu: a obra recebeu o título de ‘Sem Fronteiras – a jornada do coração’.

Das viagens, ele conta que já foi atacado por rinocerontes durante um safári no Nepal, subiu o Monte Everest sem a companhia de um guia (aventura que custou uma fratura no pé). O aventureiro também precisou morar durante três semanas em uma caverna, entre outros momentos marcantes.

André conta que aprender a viajar pelo mundo somente com uma mochila nas costas contendo o básico para sobreviver o ensinou sobre o real valor das coisas, ensinou a valorizar o momento de poder voltar para casa e rever as pessoas que ama e mostrou a importância do conhecimento que o mundo pode oferecer.

“Afirmo com clareza que nada disso, as paisagens mais magníficas, as mais belas construções, se comparam com a beleza da alma humana. Os maiores tesouros que eu encontrei foram as histórias das pessoas, a trajetória que cada um carrega, a bondade, a amizade, e isso está disponível a todos nós”, afirmou.

O PodParaná tem episódios semanais que contam a história de moradores do estado e trata de temas importantes para os paranaenses. Para sugerir temas e interagir com a equipe, os ouvintes podem usar o aplicativo Você na RPC.

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