Sul do Brasil em Perspectiva: RS Marca Passo Enquanto Paraná Cresce com Força no Primeiro Trimestre de 2025
A economia da região Sul do Brasil apresenta contrastes marcantes no primeiro trimestre de 2025, com destaque para o fato de que o Rio Grande do Sul (RS) marca passo enquanto o Paraná cresce de forma consistente. Segundo análise do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, o desempenho econômico da região revela que, apesar das adversidades enfrentadas no RS, o Paraná registrou crescimento superior a cinco por cento, mostrando um vigor notável em sua agropecuária e indústria. Este cenário evidencia desafios e oportunidades que moldam o futuro econômico do Sul do país.
O RS, que historicamente liderava o desempenho econômico na região, sofreu com os efeitos de uma estiagem severa durante o verão passado. Essa adversidade climática afetou principalmente a produção agrícola, setor crucial para a economia gaúcha, fazendo com que o estado apresentasse variação nula no PIB no início de 2025. A soja, um dos principais produtos agrícolas do RS, teve uma contribuição negativa para o crescimento, refletindo diretamente no resultado econômico. Assim, o RS enfrenta um período de ajuste, enquanto tenta se recuperar dos impactos ambientais recentes.
Enquanto isso, o Paraná consolidou um crescimento robusto de 5,9% no primeiro trimestre, impulsionado principalmente pela produção agrícola. A soja desempenhou papel decisivo, respondendo por quase metade do crescimento do setor agropecuário no estado. Além disso, a indústria paranaense também apresentou avanço, complementando a alta econômica. O desempenho do Paraná demonstra a importância da diversificação e da resiliência do setor produtivo, que conseguiu superar adversidades e alavancar a economia local, consolidando-se como um dos motores de crescimento do Sul.
Santa Catarina, por sua vez, também mostrou resultados positivos, com crescimento de 5,6%. A economia catarinense foi impulsionada pelo cultivo do fumo, que se destacou como o principal produto agrícola responsável pela alta do setor. Além disso, a indústria local e os serviços contribuíram para um cenário de desenvolvimento equilibrado, apesar dos desafios enfrentados por outras áreas do Sul. Essa combinação fortalece o protagonismo de Santa Catarina na região, destacando sua capacidade de adaptação e inovação em setores estratégicos.
No RS, apesar das dificuldades, a produção de uva surpreendeu positivamente, registrando aumento de quase 40% em relação ao ano anterior. Este crescimento significativo foi fundamental para evitar um resultado ainda mais negativo na agropecuária gaúcha. A viticultura tem se mostrado uma importante atividade complementar, que sustenta parte da economia local em momentos de crise climática. Além da uva, outras culturas como o arroz e o fumo também contribuíram para manter o resultado agrícola do RS em terreno positivo, ainda que com margens reduzidas.
A análise do Instituto Brasileiro de Economia destaca que a agropecuária tem peso decisivo nos resultados trimestrais dos estados do Sul, especialmente no segundo trimestre, quando ocorre a colheita da soja. No entanto, o impacto da estiagem no RS trouxe um efeito adverso que não foi observado em seus vizinhos. A situação ressalta a vulnerabilidade da economia local a fatores climáticos, reforçando a necessidade de políticas públicas voltadas para a mitigação dos riscos ambientais e para o estímulo à diversificação econômica no estado.
Outro ponto relevante para o crescimento econômico no Paraná foi o avanço da indústria, que, apesar de mais modesto que o setor agrícola, contribuiu para consolidar a alta expressiva. Os investimentos em tecnologia e infraestrutura, bem como o fortalecimento das cadeias produtivas, têm sido fundamentais para manter a competitividade do estado. Já os serviços no RS registraram queda, refletindo o impacto das condições adversas e da retração econômica em outros setores, o que acentuou a estagnação do PIB gaúcho no período.
Por fim, o cenário do Sul do Brasil em 2025 mostra uma região com desafios diferenciados entre seus estados. Enquanto o RS marca passo enquanto Paraná cresce de forma vigorosa, e Santa Catarina mantém uma trajetória positiva, o panorama reforça a importância do fortalecimento regional, da adaptação às condições climáticas e do investimento estratégico nos setores produtivos. A evolução da economia no Sul seguirá de perto esses fatores, que definirão a competitividade e a qualidade de vida das populações locais nos próximos anos.
Autor: Emma Thompson