Pedágios nos lotes 3 e 6 do Paraná começam a ser cobrados com promessa de investimentos bilionários nas rodovias
A cobrança de pedágio nos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná terá início no próximo dia 28 de junho, marcando uma nova fase na gestão da malha viária do estado. As concessionárias CCR PRVias e EPR Iguaçu foram autorizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres a iniciar a arrecadação após concluírem as obras iniciais exigidas em contrato e implantarem serviços essenciais como socorro médico e mecânico 24 horas por dia. Ao todo, 11 praças de pedágio passarão a operar com cobrança integral já no fim deste mês.
Os lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná compreendem mais de 1.200 quilômetros de estradas administradas pelas concessionárias, com presença estratégica nas regiões norte, oeste e sudoeste do estado. A CCR PRVias é responsável pelo lote 3, que inclui trechos de rodovias como BR-376, BR-369, BR-373, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. Já o lote 6, gerenciado pela EPR Iguaçu, abrange vias como BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483. Ambas as empresas começam a operação assistida no dia 18 de junho, quando as cancelas funcionarão sem cobrança em caráter educativo.
Os preços do pedágio nos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná já foram definidos. Para veículos de passeio, as tarifas da CCR PRVias variam entre R$ 11,80 e R$ 12,80, enquanto a EPR Iguaçu aplicará valores entre R$ 15,10 e R$ 17,40. Motocicletas, motonetas, triciclos e bicicletas motorizadas estão isentas da cobrança, enquanto outros tipos de veículos devem pagar conforme o número de eixos. A definição das tarifas gerou debates públicos, principalmente por causa dos altos valores em comparação com expectativas anteriores de maior redução.
O projeto de concessão dos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná promete significativos investimentos em infraestrutura ao longo dos próximos 30 anos. A CCR PRVias deverá investir aproximadamente R$ 16 bilhões, com foco na duplicação de 132,6 quilômetros de rodovias e na construção de contornos em cidades como Ponta Grossa, Apucarana e Califórnia. Essas obras são vistas como estratégicas para melhorar a mobilidade e a segurança viária, além de atender antigas demandas do setor produtivo regional.
Por sua vez, a EPR Iguaçu se comprometeu com aportes que ultrapassam R$ 20 bilhões em obras e serviços. O destaque fica para a duplicação de 462 quilômetros de estradas, contemplando os trechos entre Cascavel e Matelândia, Cascavel e Pato Branco, Cascavel e Nova Laranjeiras, além de Prudentópolis a Nova Laranjeiras. As obras devem começar a ser entregues a partir do terceiro ano de contrato e serão concluídas até o nono ano, criando um cronograma progressivo para modernização das rodovias.
A cobrança de pedágio nos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná é alvo de debates desde os primeiros anúncios. Apesar dos compromissos assumidos pelas concessionárias, muitos usuários manifestam preocupação com os custos elevados e questionam a efetividade da fiscalização sobre a execução dos investimentos. A Federação das Indústrias do Paraná, por exemplo, lançou uma plataforma para acompanhar as obras e garantir a transparência nas concessões. A iniciativa pretende evitar que problemas do passado se repitam.
O modelo adotado para os lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná também levanta discussões sobre o papel do poder público na concessão de serviços essenciais. Especialistas destacam que os contratos devem garantir contrapartidas reais aos motoristas e não apenas transferir a arrecadação às empresas. A ausência de concorrência no lote 6, vencido com desconto mínimo, é outro ponto de crítica, pois levanta dúvidas sobre a atratividade e a competitividade do modelo adotado.
Com a cobrança de pedágio nos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná, o governo estadual inicia um novo capítulo na política de transporte, apostando em parcerias privadas para solucionar os gargalos da infraestrutura rodoviária. A expectativa é que, ao longo do tempo, os investimentos anunciados promovam melhorias significativas na malha viária, mas a cobrança já iminente nas praças de pedágio exige atenção constante da sociedade e dos órgãos de controle para assegurar o cumprimento dos compromissos firmados.
Autor: Emma Thompson