Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva explica que a verdadeira liberdade está em amar e escolher o bem com a graça divina.
Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva explica que a verdadeira liberdade está em amar e escolher o bem com a graça divina.
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Graça e liberdade: Como cooperar com a vontade de Deus sem perder a própria vontade?

De acordo com o católico, filósofo e padre Jose Eduardo de Oliveira e Silva, a tradição da fé católica, a relação entre a graça de Deus e a liberdade do ser humano sempre foi tratada com grande reverência e profundidade teológica. Longe de serem opostos, graça e liberdade coexistem de maneira harmoniosa, pois Deus, ao conceder Sua graça, não anula a vontade humana, mas a eleva e aperfeiçoa. O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a graça é, antes de tudo, dom do Espírito Santo que nos justifica e santifica” (cf. CIC 1996), permitindo ao homem cooperar livremente com o bem que Deus quer realizar.

 

A Igreja, em seu Magistério, reafirma constantemente que a liberdade não consiste em fazer tudo o que se deseja, mas em escolher o bem verdadeiro — que é, em última instância, Deus. A graça não impõe, mas convida, não escraviza, mas liberta. Quando acolhida com fé, a graça ilumina a razão e fortalece a vontade, capacitando a pessoa a agir segundo os mandamentos divinos com alegria e autenticidade. Assim, o homem se torna verdadeiramente livre quando decide, com responsabilidade e amor, caminhar conforme a vontade de Deus.

 

De que maneira a graça de Deus age na vida do fiel sem violar sua liberdade?

 

A graça santificante age de modo silencioso e eficaz no interior do ser humano, sem jamais violentar sua consciência ou suprimir sua individualidade. A fé católica ensina que Deus, em Sua infinita sabedoria, respeita a liberdade da criatura, mesmo podendo, em sua onipotência, mover os corações de forma irresistível. Isso porque o amor, para ser verdadeiro, requer liberdade; e Deus, sendo amor, quer ser amado com liberdade e confiança.

 

Segundo o Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, essa ação da graça se manifesta sobretudo por meio dos sacramentos, da oração e da escuta da Palavra de Deus. Por exemplo, na Eucaristia, Deus nos comunica Seu próprio Filho como alimento espiritual, e isso transforma nosso ser desde dentro, capacitando-nos a viver conforme o Evangelho. Ainda assim, a participação nesse mistério requer nossa adesão consciente, nosso “sim” livre e pessoal, como Maria na Anunciação. A graça sustenta, inspira e conduz, mas nunca substitui a liberdade da pessoa.

A harmonia entre graça e liberdade é possível, afirma Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, quando se busca a vontade de Deus com o coração aberto.

A harmonia entre graça e liberdade é possível, afirma Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, quando se busca a vontade de Deus com o coração aberto.

Portanto, cooperar com a graça é dizer “sim” a Deus com liberdade, à semelhança dos santos ao longo da história. É permitir que a nossa vontade se una progressivamente à de Cristo, como ensina a espiritualidade católica, conduzindo-nos a uma vida configurada ao Evangelho. A liberdade humana, quando iluminada pela graça, deixa de ser uma liberdade de indiferença para se tornar uma liberdade madura, orientada ao bem, à verdade e à santidade. Como afirma o Pe. Dr. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, é por esse caminho que se edifica uma existência marcada pela fidelidade e pela plenitude cristã.

 

Como crescer espiritualmente sem cair no ativismo ou na passividade espiritual?

 

No caminho da espiritualidade cristã, um dos grandes desafios é equilibrar nossa ação com a confiança em Deus. Muitos, ao buscar crescer na fé, oscilam entre um ativismo excessivo — que ignora a ação da graça — e uma passividade espiritual que espera tudo de Deus sem esforço pessoal. A teologia da Igreja ensina que a colaboração com a graça exige tanto vigilância como docilidade: fazer a nossa parte, confiando que Deus fará a d’Ele.

 

Conforme o filósofo Jose Eduardo de Oliveira e Silva, esse equilíbrio se alcança por meio de uma vida de oração constante, onde aprendemos a discernir a vontade de Deus e a responder a ela com liberdade interior. A oração nos forma na escuta e na humildade, evitando que nossa vontade se sobreponha à vontade divina. Também nos ajuda a reconhecer os limites da nossa ação, confiando que os frutos pertencem a Deus. A liturgia, com sua riqueza espiritual e pedagógica, educa o coração para essa cooperação harmoniosa entre graça e liberdade.

 

Na pastoral, essa consciência deve ser constantemente cultivada: não se trata apenas de “fazer coisas para Deus”, mas de evangelizar em união com Ele. Todo apostolado só é fecundo quando nasce da união com Cristo e do impulso do Espírito Santo. Como recordava Santa Teresa de Calcutá, “Deus não nos chama ao sucesso, mas à fidelidade”. Assim, a ação do cristão precisa brotar da graça e ser sustentada por ela, com a liberdade de quem ama e serve com alegria.

 

Autor: Emma Thompson

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