Tecnologia

Oeste do Paraná e a vocação para o desenvolvimento tecnológico

Quando se fala na região Oeste do Paraná, logo vem à mente a força do agronegócio, que é um dos principais propulsores da economia na região. No entanto, cada vez mais o ecossistema de inovação e tecnologia vem ganhando força e destaque na região, graças a diversos atores que atuam de forma conjunta para diversificar a economia e também proporcionar um ambiente de pesquisa e novos projetos na área de soluções tecnológicas.

Dois desses grandes e principais atores do mercado atual, que nasceram e concentram seus estudos e pesquisas no potencial da região Oeste do estado são o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, e o Biopark, de Toledo.

Esses dois ecossistemas, juntamente com outros espalhados pela região, concentram um expressivo número de investimentos em soluções tecnológicas e pesquisa, visando desenvolver o Oeste e projetando o futuro a longo prazo.

“A missão da Fundação PTI consiste em gerir o ecossistema de inovação do PTI, desenvolvendo ciência, tecnologia, inovação e negócios, resultando em riqueza e bem-estar à sociedade. Nosso propósito é tornar o PTI reconhecido, no Brasil, como um dos melhores ambientes de interação, inovações e negócios no âmbito de suas temáticas. Tendo essas diretrizes em mente, e considerando o histórico de quase 20 anos de existência do Parque, bom como as ações já realizadas, podemos dizer que estamos no caminho certo, mas ainda temos muito o que contribuir para incentivar e melhorar as ações de inovação em nossa região, pois o movimento não depende apenas do Parque Tecnológico, são necessárias as ações vindas dos demais parceiros da tríplice hélice”, destaca o diretor de Negócios e Inovação do PTI, Rodrigo Régis.

O que é Tríplice Hélice

É um modelo de inovação em que a universidade/academia, a indústria e o governo, como esferas institucionais primárias, interagem para promover o desenvolvimento por meio da inovação e do empreendedorismo.

Da mesma forma, o Biopark nasceu em 2016 com o objetivo de atender a demanda local e de toda a região, por meio de três eixos principais: educação, pesquisa e negócios. “No Biopark todos os projetos que são gerados, como um habitat de inovação, tem a responsabilidade de ter impactos positivos na região Oeste. Desde a Incubadora, o Laboratório de Ciências, o Programa de Residência, Universidades, enfim, tudo isso foi feito sempre pensando no propósito que é colocar e manter a região em sua posição digna de vanguarda e desenvolvimento do estado”, enfatiza o vice-presidente do Biopark, Paulo Victor Almeida.

Biopark Toledo
Projetos desenvolvidos atualmente por esses ecossistemas
A lista de ações voltadas ao Oeste do estado por meio da tecnologia é grande, isso porque os ecossistemas têm grande responsabilidade em diversificar a economia da região e criar ambientes tecnológicos, para atrair empresas de grande renome para a região e, assim, alavancar o desenvolvimento.

Se analisarmos as cidades onde os dois pólos estão inseridos, veremos que a vocação de Foz do Iguaçu é o turismo, no entanto, a pandemia mostrou a necessidade de promover uma diversificação econômica e, por isso, o PTI passou a desenvolver diversos projetos em paralelo com o objetivo de trazer a inovação para a realidade da cidade.

Entre os projetos que atualmente estão sendo realizados pelo PTI e que tem foco na região Oeste do Paraná destacam-se:

Programa Integração Universidade-Empresa:
É um dos projetos do Acelera Foz, resultado da parceria entre o Parque Tecnológico Itaipu, Itaipu Binacional e Sebrae. O programa tem como objetivo promover a integração entre Universidades e Empresas em prol do fortalecimento da economia e do envolvimento mútuo entre acadêmicos, professores e empreendedores, em atividades de desenvolvimento tecnológico com foco em inovação. Em 2021, o programa PIUE REGIÃO OESTE (Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Terra Roxa, Santa Helena, Medianeira e São Miguel do Iguaçu) realizou a sua 2ª e 3ªedição, gerando: + 630 mil investimentos em bolsas na região, com 44 bolsistas e 17 empresas.

Incubadora Santos Dumont:
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Incubadora Tecnológica que do PTI que é atuante na temática de Smart Cities e referência nacional, além de possuir metodologia própria e certificação CERNE Nível 4.

Hangar:
Mecanismo de seleção e incubação de startups específico de Smart Cities que permite a validação dos MVP no 1º Sandbox regulatório para Smart Cities do Brasil.

Hack4cities:
Maior hackathon de Smart Cities do Brasil, organizado com a Claro e o BeOn Hub de inovação, onde os vencedores têm direito a serem incubados no PTI.

Living Lab:
Laboratório a céu aberto dentro do PTI que fica aberto a parceiros e interessados em testar tecnologias em um espaço seguro e controlado.

Vila A Inteligente:
Primeiro Sandbox regulatório para Smart Cities do Brasil que abrange um bairro com infraestrutura completa e permite validar soluções em um espaço real de cidade.

Smart Vitrine:
Mecanismo de seleção, validação e divulgação de soluções tecnológicas para Smart Cities para serem implantadas e acompanhadas no Programa Vila A Inteligente.

Guia ABDI Sandbox:
Guia de referência para que cidades brasileiras possam implementar programas sandbox utilizando por base as experiências do Programa Vila A Inteligente.

Inova Oeste:
Programa de inovação que repassa recursos para empresas que estejam desenvolvendo soluções inovadoras que possam impactar o mercado.

5G:
Programa de PD+I para 5G com o propósito de apoiar startups que queiram desenvolver soluções com essa tecnologia para o setor produtivo.

Espaço Impulso:
É um laboratório de Inovação do Agro onde empresas encontram um ambiente conectado à tecnologia, educação do futuro, startups e um framework de inovação aberta desenvolvido de forma a abranger o ambiente empresarial nas esferas: social, tecnológica, operacional e estratégica.

Laboratório do Biopark
Laboratório do Biopark. (Foto: Michael Juliano- Marketing Biopark)
Por outro, a cidade de Toledo onde está localizado o Biopark é forte no setor de agronegócio e sede da maior produtora de doses de medicamentos genéricos do Brasil, a farmacêutica Prati-Donaduzzi. No entanto, cada dia mais vem se destacando no setor de tecnologia e inovação, por meio de ações desenvolvidas dentro do Biopark. Alguns dos principais projetos são:

Polo Universitário:
O Parque concentra quatro instituições de ensino de alto nível: a UFPR, a UTFPR, o IFPR e a iniciativa própria, o Biopark Educação que trabalha com metodologias ativas de ensino, que preparam para o mercado de trabalho e fomentam o empreendedorismo. Além de cursos de graduação e especializações, há também um projeto próprio para crianças, o Clube de Ciências. Em 2021 os alunos do Clube conquistaram 10 premiações em eventos e feiras regionais, nacionais e internacionais com trabalhos e pesquisas desenvolvidas.

Negócios:
Atração de empresas que atuem nas áreas de Saúde, Tecnologia da Informação e Agronegócio.

Programa de Incubação do Biopark:
Voltado para negócios em fase inicial, que recebem do Parque Tecnológico todo o suporte para o desenvolvimento de suas ideias e ainda um aporte mensal durante os seis meses da incubação.

Atração de Investidores:
Onde podem adquirir terrenos para a instalação de edifícios residenciais e comerciais. Essa frente reforça um importante aspecto do Biopark, ser um Ecossistema para morar, estudar, trabalhar e se divertir com alta qualidade de vida.

Pesquisa e Desenvolvimento:
Os projetos realizados têm alinhamento com necessidades mapeadas. Um desses projetos de inovação é o Projeto de Queijos Finos, que contribui com o desenvolvimento de pequenas propriedades rurais, por meio da produção de queijos com maior valor agregado. Os participantes recebem todo o suporte técnico da equipe de pesquisa do Biopark, sem nenhum custo.

O futuro do Oeste está na inovação
Todas essas ações inovadoras desenvolvidas por ambos os ecossistemas vêm para validar a força do Oeste do Paraná, tanto na riqueza do agronegócio, quanto no potencial de diversificar a economia por meio soluções tecnológicas, sempre respaldadas por um potencial ainda maior: o das pessoas que acreditam na região, investem e lutam para que o Oeste seja cada vez mais destaque no cenário nacional e mundial.

PTI – polo de inovação
Laboratório no PTI.
Visando cada vez mais esse futuro tecnológico, o PTI uniu forças com a Coopavel e a ExoHub, na estruturação do Espaço Impulso, um hub de inovação integrado às demandas da agricultura e pecuária. O Espaço está alicerçado em três pilares: networking, conhecimento e investimento. Uma espécie de fazenda digital permanente, num ambiente de 720 mil metros quadrados para o desenvolvimento e testagem de soluções para o agro. “Dentro deste ambiente, aproveitando todo o potencial e vocação que a região oeste representa para o agronegócio, também iniciaremos neste ano o Programa Transforma Agro. É um movimento de transformação digital que vai revolucionar o agronegócio na região Oeste do Paraná tornando-o um dos mais tecnológicos do Brasil. O objetivo é amplificar o uso da tecnologia na agricultura, de pequenos, médios a grandes produtores, levando as soluções para as propriedades conectadas, bem como de identificar, selecionar e oferecer suporte para as startups para que empresas tenham um futuro de sucesso”, destaca Régis.

Para que esses projetos estejam cada vez mais inseridos no cenário atual da região, é preciso que os atores se unam cada vez mais para discutir, debater e criar soluções inovadoras. “Acredito que um Parque Tecnológico edificado é reflexo de uma sociedade madura, pois para começar essa discussão é necessário pessoas engajadas. O que nós temos no Oeste do Paraná é simplesmente o melhor Sistema Regional de Inovação. A região está pronta para os próximos desafios, mas, precisamos estar atentos e unidos, olhando os impactos que temos que causar, bem como a importância dos habitats para gerarmos empreendedorismo e sermos fomento entre a universidade, pesquisa e iniciativa privada. Precisamos cada vez mais ter hubs de inovação, eventos sobre tecnologia e incubadoras instaladas na região; para atrair esse mercado tão necessário e promissor”, ressalta Paulo.

Laboratório do Biopark
Isso precisa continuar acontecendo para que nos próximos dez, 20 anos, a região Oeste do Paraná esteja ainda mais solidificada e preparada para vivenciar as soluções tecnológicas que atualmente estão sendo pesquisadas e testadas. Acima de tudo, as pessoas que vivem nessa região tão rica e desenvolvida estejam preparadas para fazer parte deste grande ecossistema de inovação. “Devemos estimular cada vez mais as parcerias e ações integradas entre esses habitats a fim de que os esforços possam ser somados e multiplicados aumentando a densidade de capital intelectual, riqueza e renda para a região Oeste como um todo”, finaliza Régis.

Principais números do Biopark:
Total de empresas: 132 (referência agosto/22)
1372 estudantes sendo 910 somente no Biopark Educação (referência julho/22);
Mais de duas mil pessoas circulam diariamente no local;
Mais de 20 obras em andamento;
Mais de R$300 milhões em investimentos;
Mais de R$20 milhões investidos para a doação de prédio para a instalação do curso de medicina da Universidade Federal do Paraná.
Principais números do PTI:
Total de empresas: 62 (referência julho/22);
Total de projetos em andamento: 51 (referência julho/22);
Mais de R$ 15 milhões em investimentos;
Entre 800 a 1000 pessoas circulam diariamente pelo PTI.

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